Algo que tem movimentado muito a internet em fóruns de discussões e redes sociais é a influência da Sweet Baby Inc. nos jogos hoje em dia.
A Sweet Baby Inc é uma consultoria que ajuda empresas de games a criar conteúdos mais inclusivos e sensíveis às questões sociais, políticas e culturais, buscando transformar o ambiente dos jogos em algo mais representativo e acessível.
A empresa se propõe a trabalhar com desenvolvedores, estúdios e outras partes interessadas para ajudar a integrar práticas mais “woke” (termo frequentemente associado a uma maior conscientização social e política) dentro da criação de jogos, desde representações de gênero, raça e sexualidade até questões mais amplas sobre comportamento e narrativas.
Esse tipo de consultoria tem se tornado cada vez mais relevante em um setor que está cada vez mais atento ao impacto que as representações dentro dos jogos podem ter em seus públicos, tanto no que diz respeito à inclusão quanto à responsabilidade social.
Em resumo, a Sweet Baby Inc. atua como um guia para empresas de jogos que buscam se alinhar com práticas mais responsáveis e inclusivas, tentando equilibrar os aspectos criativos com questões sociais contemporâneas.
O início da polêmica
Sua polêmica começou quando o usuário Kabrutus criou um grupo chamado “Sweet Baby Inc detected” na Steam, onde o utilizador fez uma lista de jogos que não recomenda que sejam comprados, mostrando que esses jogos tentam transmitir uma mensagem ou seguem orientações que se alinham com a posição da Sweet Baby Inc.
Esta iniciativa gerou discussões acaloradas sobre liberdade criativa em relação a responsabilidade na indústria dos jogos.
Esta ação por parte de Kabrutus suscitou uma resposta interna de Chris Kindred, colaborador da Sweet Baby Inc., que tentou remover a lista e o seu criador, alegando assédio e violações das diretrizes da comunidade o que gerou uma polêmica no mundo todo.
Mas então, e sobre o Gears?
A mudança de protagonista para assumirmos uma mulher gerou algumas discussões na internet em 2018, dizendo que o estúdio da The Coalition estava aderindo a ideia de inclusão e diversidade na franquia, entretanto, segundo eles, a explicação foi que a Kait como protagonista de Gears 5 foi uma “decisão natural”, onde o Rod Fergusson, ex-chefe do estúdio comparou heroína a Furiosa, de Mad Max, durante o painel da X018.
“Quando viramos para trás e olhamos o que era a história de Gears of War 4, assim como em Mad Max: Estrada da Fúria, o filme é realmente a história de Furiosa e Mad Max está a ajudando a completá-la”, disse. “E a história de Gears of War 4 é na verdade Kait tentando salvar sua mãe, e JD Fenix está ajudando.”
“Olhando a narrativa de Gears 5, começamos a meio que se aprofundar no passado de Kait e sua história, os laços da família dela com os Locusts, achamos que seria um enredo melhor não só ver isso, como contá-lo pela sua perspectiva.”
“Organicamente percebemos que Gears 5 é novamente a história de Kait, então vamos jogá-lo de seu ponto de vista.”
Apesar de tudo, Gears 5 não entrou de cabeça nessas questões sociais, respeitando a história dos personagens originais, mas ainda sim dividiu muitas opiniões neste quesito, dividindo um pouco da comunidade a respeito disso, e desde então, o estúdio passou por diversas mudanças até chegarmos aqui – Gears of War E-DAY.
Em Junho desse ano a Microsoft revelou oficialmente o Gears of War E-DAY, muitos estavam na expectativa de ver a sequência da saga, mas na verdade, se trata de uma pré-sequência.
O anúncio pegou todos de surpresa, não só por isso mas também a postura do estúdio em querer abraçar as raízes da franquia, algo que foi sendo deixado de lado desde que a The Coalition assumiu em 2014, voltando com o “of War” e também com o Marcus Fenix.
Até um tempo atrás o site oficial da Sweet Baby mostrava a Xbox Game Studios como um dos estúdios que tinham a parceria com a companhia, entretanto parece que algo mudou de um tempo pra cá, pois eles já não se encontram mais no site – mas por que?
A Microsoft em Julho desse ano demitiu sua equipe de diversidade, equidade e inclusão. Um e-mail de um ex-líder da equipe indicou que a big tech explicou que o departamento foi dissolvido devido a “mudanças nas necessidades de negócios”.
Equipes de diversidade, equidade e inclusão, chamados também de DEI, na sigla em inglês (diversity, equity, and inclusion) se tornaram mais frequentes em companhias estadunidenses devido a políticas para promover espaços de trabalho saudáveis para os funcionários.
Apesar de tudo, o porta-voz da Microsoft, Jeff Jones, diz que os compromissos da empresa permanecem inalterados.
“Nosso foco na diversidade e inclusão é inabalável e estamos mantendo firmes nossas expectativas, priorizando a responsabilidade e continuando a focar neste trabalho”, acrescentou Jones.
Não tem como saber se de fato haverá questões de conscientização social e política nesse jogo, o que particularmente não faria sentido algum visto que todos querem descobrir mais sobre o começo da saga através dos olhos de Marcus e Dom, o que agradaria os fãs que pedem um retorno às raízes.
É importante ressaltar que inclusão e diversidade é sim extremamente importante uma vez que é bem desenvolvido, estruturado e não forçado, como foi por exemplo, em Alan Wake 2.
Portanto, ainda que a Sweet Baby possa não estar envolvida, nada impede do próprio estúdio da The Coalition realizar tal inclusão, apesar que as críticas ultimamente tem sido bastante assíduas quando se trata desse assunto não só no segmento de games mas no ramo de entretenimento em geral.
A postura do estúdio da The Coalition tem sido diferente desde a saída de Fergusson, eles parecem estar em sintonia com as expectativas de um público nostálgico, ansioso por uma experiência fiel às origens da série.
Só saberemos se a inclusão terá ou não quando o jogo for lançado, pois até o momento com o anúncio dele não foi identificado nada que nos remeta a questões sociais ou algo do tipo.