Alguns podem pensar ou imaginar que Gears of War poderia continuar com a Epic Games e que possivelmente a franquia estaria melhor, indo diferente do que a The Coalition busca fazer hoje em dia que é trazer mais fãs para a série.
Acontece que nem tudo seria um mar de flores se caso Gears continuasse na Epic Games, apesar de algumas ações da The Coalition serem questionáveis e até em certo ponto revoltantes, provavelmente se eles não tivessem responsáveis pela saga a mando da Microsoft, nós nem estaríamos aqui com o nosso site e a comunidade.
O intuito em questão não é proteger a The Coalition, até porque ela vem se provando muito incapaz de solucionar problemas no Gears 5 em seu Multiplayer. E sim tentar mostrar uma questão de percepção, por mais que estamos insatisfeitos (e com razão) com as medidas tomadas no jogo, colocar a Epic como a salvadora da pátria está longe de ser algo como uma solução.
O momento de transição do Gears
Após o término do Gears of War Judgment a Epic até tinha alguns planos em continuar a franquia mesmo sem o seu criador Cliff Bleszinski, e o nosso guru que conhecemos co-criador do Gears, Rod Fergusson – que na época estava na Irrational Games produzindo Bioshock Infinite. Acontece que parte desses planos estava tomando um rumo diferente, se você percebeu no Judgment, o jogo ficou bem diferente do que era a série original, e a Epic estava querendo tomar novas direções, e parte disso eles tentaram com o Gears, e como vimos, não deu certo.
Em uma entrevista com a Polygon, o CEO da Epic, Tim Sweeney explicou melhor a situação na qual eles se encontravam com o Gears:
“Os principais valores do Gears estão realmente ligados a grandes jogos de console para um jogador, baseados em eventos, com incríveis mecânicas de cobertura e outras coisas que realmente não se adaptaram na abordagem futura que estávamos adotando nos jogos online e no multiplayer competitivo e cooperativo”.
“Como não estávamos planejando fazer mais jogos do Gears, deixaríamos isso na prateleira por uma década ou mais, caso isso tivesse algum valor futuro para nós”.
Duas questões que você deve levar em consideração também nessa história – A Tencent, uma gigante empresa chinesa investiu pesado na Epic Games para começar a criar títulos mais focados em PC, e Gears não se encaixava na visão da qual a Epic e a Tencent iriam começar a produzir em diante, fora que, Cliff havia saído da Epic também.
A Epic até começou a produzir o Gears of War 4, no entanto, a produção de um novo Gears poderia levar eles a falência o que posteriormente optaram em não planejar mais nada para a franquia.
Nesse período em que o Gears ficou no limbo em 2013, surgiu alguns rumores e imagens falsas de que a Sony tinha comprado os direitos e que chegaria ao PlayStation 4.
Após a Epic ter afirmado que não tinha mais planos em continuar com a série, pois eles queriam ir para novas direções, foi então que a Microsoft viu uma oportunidade – e até tinha interesse de garantir a série para eles, até porque a franquia era muito forte no Xbox.
E para nossa alegria, em 2014 ocorreu mudanças na divisão Xbox e o Phil Spencer ficou responsável pela Microsoft Studios, o que então nos levou a uma de suas primeiras ações que foi comprar os direitos de Gears of War da Epic Games e encarregar a Black Tusk Studios (um novo estúdio First Party da Microsoft que inicialmente foi criado para fazer novos jogos exclusivos para o Xbox) para cuidar da franquia.
Essa transição de Gears para a Microsoft foi bastante “diplomática” por parte da Epic, dizendo até que a série não poderia estar em melhores mãos. Por mais que tenha sido a Epic que criou a franquia, não havia mais motivo de continuarem com o Gears já que não tinham mais planos para a série.
Como na época Cliff Bleszinski havia cansado de Gears of War e queria fazer outros jogos, a Microsoft foi atrás do co-criador Rod Fergusson – já que ele havia saído da Irrational Games após o lançamento de Bioshock Infinite, para liderar a equipe na produção dos próximos Gears of War que chegariam e que seria produzido pela Black Tusk Studios que posteriormente foi renomeada de The Coalition.
Isto é…
Se a Microsoft não tivesse ido atrás e comprado os direitos da Epic, Gears possivelmente estaria na geladeira há 7 anos desde o lançamento do Judgment e quem sabe nunca mais seria revivida pela Epic, ou seja, seria uma franquia morta. O máximo que poderíamos ver talvez era um crossover com Fortnite em uma eventual temporada do jogo, mas pensa comigo – usar os personagens do Gears como fantoches em um jogo como o de Fortnite seria bastante decepcionante pra quem talvez estivesse esperando a volta da franquia algum dia.
Resumidamente falando? a Epic não tinha mais planos para o Gears pois tinham ideias além dele e iria deixar-lo na prateleira por uma década, porém, por nossa sorte ela não deu uma de Crytek com Ryse e acabou vendendo o Gears para a Microsoft já que a franquia era rentável para o Xbox, e bem, aqui estamos.