Operações Gears

Mudanças, surpresas e decepções? Como foi o alinhamento de Operações do Gears 5 até a sua última atualização de conteúdo?

Chegamos a mais um final de atualizações de conteúdo de um Gears, e sempre quando estamos nos despedindo do jogo nesse quesito, gostamos de relembrar como foi a trajetória dele até o momento de sua última atualização.

É exatamente sobre isso que iremos falar abordando alguns pontos que foram positivos e outros que poderiam ser melhores e no final dar nosso veredito.

Começo conturbado

É inquestionável que ocorreu mudanças durante o planejamento de conteúdo do jogo. No começo, creio eu, havia um alinhamento do que eles estavam planejando, mas, no decorrer disso, houveram diversas retiradas de funcionários do estúdio o que levou alguns a crerem que houve um replanejamento para as futuras Operações do jogo.

A começar é claro pelas saídas mais influentes que foi a do Rod Fergusson – ex-chefe do estúdio e do Ryan Cleven – Responsável pelo Multiplayer da série. Acho que aqui é unânime e de fato, o começo do multiplayer do Gears 5 não estava bom.

O jogo tinha pouquíssimos mapas, personagens e intensas microtransações. Claro que fazer um jogo em temporadas vai agregando mais com o tempo, porém, o começo do Gears 5 parecia mais um jogo incompleto.

Ferros do jogo no começo eram vendidos com dinheiro real e eram caríssimos.

Sabíamos que o método de adquirir Ferro no jogo era extremamente difícil apenas jogando, e grande parte das skins que vinham ao jogo era somente adquiríveis com Ferros, o que resultava por muitas vezes os jogadores usarem dinheiro real para comprar skins de personagens e de armas.

Reforçando a ideia de que provavelmente houve um replanejamento no conteúdo do jogo, em 2019 o Rod Fergusson havia deixado em aberto o retorno de Alex Brand ao Gears 5, e pois bem, chegamos para a última atualização de conteúdo e não vimos ela.

Outro ponto que podemos destacar é que havia uma pretensão de adaptar um Battle Royale, prometido pelo próprio Ryan Cleven, que iria chegar ao jogo junto com o criador de mapas para o multiplayer competitivo. Ambas ideias que também vimos que nunca chegaram.

Introdução das Gears Coins em diante

Curiosamente após a saída dos citados acima e durante a Operação 4 foi introduzido o sistema de moedas do jogo conhecida como Gears Coins, que basicamente é – você joga, conclui desafios semanais e diários de suas Expedições e ganha moedas, e com essas moedas você compra itens do jogo como skins. Algo infinitamente melhor do que depender somente dos Ferros do jogo.

Ainda há a opção de comprar com dinheiro real, para aqueles que não tem muito tempo de jogar ou não tem paciência de pegar moedas, existe a opção de pagar pelas skins que vem no jogo.

A partir da Operação 4 do Gears 5 em diante, começou a melhorar bastante, com personagens que a comunidade gosta junto também com novos.

Personagens novos ou antigos? Mapas novos ou antigos?

Com certeza todos nós queríamos o retorno de diversos mapas e personagens só que temos que lembrar também que precisamos de novos. Tem como mesclar as duas demandas ao mesmo tempo? Sim, só que a prioridade é novidades ao jogo e nisso não tem como falar mal da The Coalition.

Foram diversos novos mapas introduzidos com variantes de personagens novos também e todas elas bem feitas e bonitas diferente daquelas horrorosas e anti-atmosféricas coloridas que tínhamos no Gears 4.

Nunca mais faça isso The Coalition 👎

The Coalition escutou bem mais durante o Gears 5, temos diversas skins de personagens extremamente interessantes como foi as versões de Gelo e do Deserto que proporcionou diversas variantes de até mesmo personagens antigos da saga.

Claro, podemos entrar numa discussão de gosto pessoal, mas você deve concordar que skins de personagens muito coloridas não ficam legais no Gears ainda mais quando eles ao mesmo tempo não trazem de volta personagens que a comunidade está pedindo.

Eu diria que entregaram muita novidade boa para a CGO, porém, há de se dizer que faltou dar um pouquinho mais de atenção para os Swarms, não dizendo que não exista personagens interessantes no lado deles.

O retorno de Karn, a introdução do Ketor Vrol, o Locust Ravager, a adaptação dos Lambents (jorrando emulsão invés de sangue agora) e a Rainha Reyna são skins fenomenais, acontece que poderia caber mais, fazendo uma comparação direta com a CGO.

Sem duvida alguma houve uma falta dos Locusts Selvagens embora eles adaptaram para os Swarms.

Alguns podem questionar os crossovers que o jogo teve – Dave Bautista, Exterminador do Futuro, Halo Reach e o WWE, só que nesse quesito é mais por questão de divulgar a marca para atrair atenção do público fora de Gears. Particularmente acho interessante isso desde que se mantenha dentro do que é tolerável ao universo do Gears.

Pacote Terminator Dark Fate traz T-800 e mais para Gears 5 - APXGears
T-800 segurando uma Lancer do Gears.

Quem recusaria o Doom Guy serrando Swarms ao meio com uma Lancer? Ninguém!

Já por parte dos mapas podemos dizer que as escolhas foram bem melhores do que seu antecessor embora houvessem alguns equívocos em trazer de volta mapas que não são muito bem aceitos ou adorados pela comunidade.

Um grande exemplo que podemos dar é o Speyer. Não dizendo que ele seja ruim, deve ter sido do agrado para os jogadores de Horda, só que, como diz aquele ditado, quem é Speyer na fila do pão quando se tem outros mapas mais requisitados a retornar?

Entramos na mesma discussão que antes – a prioridade é trazer novidades, e sim, os mapas que nasceram do Gears 5 são bons em sua maioria. Destaque para Campo de Treinamento, Exposição, Ephyra, Distrito, Ritual, Tumba, Sanatório, Vasgar, Regência e o principal: Nexus.

Nexus é o melhor mapa já criado pela The Coalition.

Já sobre as demais escolhas dos mapas clássicos, eu diria que foi uma seleção “ok”. Não foi ruim mas certamente poderiam ter escolhido alguns melhores. Eu já disse aqui diversas vezes que os mapas do Gears 4 não tem a essência e o núcleo da série, e isso obviamente é uma opinião pessoal assim como toda essa postagem.

Não havia necessidade de trazer os mapas do 4 considerando que foi o Gears menos aceito em termos de multiplayer. Não digo que tudo no 5 seja perfeito, o Bunker e Reator por exemplo estão longes de serem mapas marcantes. A questão é – o que precisam levar em consideração é que se eles desejam trazer mapas de volta que seja de outros Gears com mapas marcantes.

Exemplos? Então vamos lá: Azura, Thrashball, Doca Seca, Trincheiras, Banco de Areia, Jacinto, Consequência, Fortaleza, Hotel, Raven Abatido, Cidade Antiga, Ferrugem do Pulmão (Asfixia) entre vários outros.

Tudo bem que não podemos deixar de citar que mapas clássicos importantes como Banco de Sangue, Shopping, Canais, River, Mercy, Torre do Relógio tiveram seu retorno (nem vou citar o mapa Bloqueio Urbano/Trânsito porque esse é certeza que vai ter em todo Gears), só que no lugar de por exemplo: Porto, Elevador, Speyer, Forja eles poderiam muito bem ter colocado qualquer um dos citados acima que dei como exemplo.

Claro, não podemos ser ignorantes e esquecer o fator de design de mapas que talvez pode ser um empecilho em vermos esses mapas clássicos de volta, só que como vimos, quando houve o anúncio do retorno do River foi uma sensação única na comunidade que clamava pela volta dele, e se tiverem que modificar nem que seja um pouco pra trazer alguns desses de volta, não haveria problema algum, já temos diversos casos de mapas que foram atualizados diversas vezes.

Não haveria problema se eles mesclassem a cada Operação um mapa novo e uma mapa clássico, até porque o Gears 5 em seu lançamento só estava com mapas inéditos. A seleção de mapas é um fator extremamente importante para o jogo, por muitas vezes alguns jogadores jogam somente por essa razão.

Balanceamento de armas resumido a redução de danos

Outro ponto que foi bastante modificado e alterado ao longo do multiplayer do Gears 5 foi as armas, e olha, não foram poucas mudanças não.

Infelizmente o estúdio da The Coalition tem um problema muito sério em deixar a Gnasher do jogo equilibrada, nos Testes Técnicos era notável que ela estava muito forte e isso era bom, mas com o tempo ela foi muito nerfada assim como a Lancer que hoje em dia pode se considerar a Lancer mais nerfada na história da franquia.

Entre esses vai e vem sempre no final fica algo “frankenstein”, assim como foi no Gears of War 4. Claro que a redução da potência da Lancer é para forçar mais embates de Gnasher só que deixar a um ponto tão inutilizável onde você não consegue nem finalizar gastando quase um pente de bala de longe, é muito frustrante.

O mesmo podemos dizer da Boomshot que até então é uma das que mais foram vítimas disso. Chega a ser esquisito você atirar no chão próximo do oponente e ele apenas tomar muito dano ao invés de morrer. Fora outras também que sofreram com isso tudo em prol de tornar o jogo um paraíso de Gnasher que as vezes mais parece um cenário frustrações por causa do tiro não ter matado.

Se ao mesmo tempo que você reduz o dano das outras armas para dar prioridade a Gnasher o ideal seria manter ela a arma núcleo do jogo e mais equilibrada possível, mas como vimos, você precisa de muito mais do que dois tiros para derrubar o oponente com uma Escopeta Gnasher.

Não dizendo que o jogo é quebrado nesse quesito, ele ainda é o Gears que conhecemos, porém, sem duvida alguma é o mais nerfado de todos, e tem um deficit sério com balanceamento de armas se analisarmos profundamente.

Qual foi a melhor Operação?

Tendo uma análise geral de todas as Operações, podemos dizer que após a Operação 4 obtivemos excelentes atualizações de conteúdo. A Operação 2 e 3 foram boas o problema é que na época pra você adquirir determinados personagens ou skins que foram lançados você era obrigado a fazer desafios insanos para conseguir, o que por muitas vezes desmotivava e muito os jogadores a continuarem jogando.

O pós conteúdo do Gears 5 foi feito através de Operações com temporadas.

A partir da OP6, elas começaram a se dividir em duas partes. Nos Gears anteriores todo mês havia novos personagens e mapas só que o Gears 5 adotou algo diferente dessa vez. No começo, entre a Operação 2 até a 5 elas foram liberadas de uma vez só, e a partir da Operação 6 começou-se a dividir em duas partes.

Isso ocorreu porque dava mais tempo do estúdio poder trabalhar em novidade relevantes para o jogo, pois o intervalo de três meses para eles estava curto para eles desenvolverem conteúdo ao jogo.

No meu entendimento essa parte de divisão em duas partes ficou algo “ok” também, pois quando temos uma primeira parte já podemos contar com uma segunda, com novidades, em um curto espaço de tempo, diferente de como era que após a liberação de tudo o que tinha na Operação tínhamos que esperar mais três meses para vir outra.

O ponto em que o Gears 5 começou a mudar de fato para algo bom como dissemos acima várias vezes, foi depois da Operação 4 com o sistema de moedas seguindo pela Operação 5 aperfeiçoando esse sistema, que pra mim, foi a melhor, pois foi marcado pelo retorno triunfante do mapa River junto com personagens super interessantes – Anya, Dizzy, Gabe Diaz e Skorge.

Por outro lado a primeira parte da Operação 6 foi bastante morna com o Hoffman e o mapa Speyer que em seguida ficou mais completa com a segunda parte na chegada do Prescott e o mapa da Tumba que numa conclusão final, ficou boa.

Sobre a Operação 7 e 8 elas foram muito boas também com a introdução da Hana, Tak, Ukkon, Ketor Vrol o retorno do Barrick, Valera, Bernie, Oscar e do Rager junto com mapas com designs bons como foi Ephyra, Ritual e a Vila. Foram novidades boas e bem feitas e com certeza o saldo final foi positivo. A sensação é que o jogo se saiu muito melhor que seu antecessor e isso é de extrema importância.

Tivemos mapas bons, ruins, medianos, novos personagens com designs maravilhosos, mudança na loja do jogo, mais consistência na procura de partidas – embora esse seja outro fator a se discutir.

Veredito

O estúdio da The Coalition tem um respaldo muito maior agora daqui em diante, o trabalho realizado no Gears 5 foi bom. Dava pra ter sido melhor? Sim, mas analisando o jogo pelo o que ele é hoje sem duvida alguma foi um pós-conteúdo muito bem executado, e sua reputação melhorou muito mais comparado como foi por exemplo no final do Gears of War 4.

Gears 5 no final das contas ficou com um multiplayer bom, não tem como esperar que ele seja algo a nível do que foi a trilogia, se você aceitar que esse é o verdadeiro Gears da nova geração e esquecer o que fizeram no quarto jogo sem duvida alguma você vai encarar ele melhor.

Com um começo conturbado e alguns tropeços no caminho, o Gears 5 conseguiu se redimir com o tempo e fez um excelente pós-lançamento de conteúdo em seu multiplayer.

Agora, vamos esperar pra ver como será o próximo Gears que deve demorar um pouco mais do que estamos acostumados, já que a The Coaliton está se adaptando para a Unreal Engine 5. Esperamos que o estúdio mantenha a qualidade no que já atingiu e que melhore no que precisa como apontamos acimas algumas delas.

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